Hoje
vou ao futebol
atirar palavrões ao árbitro,
àquele tipo do apito
que é culpado de certeza
pela falta de alegria
que traz a minha tristeza.
Que me zangou com a vida,
achincalhou o brio,
que entre mim e a minha amada
estendeu um lençol de frio.
Que me ralhou com os filhos
e fez perder o emprego,
que me tirou a ternura
e os dias de sossego.
Hoje
vou, ao futebol,
dizer àquele palhaço
que se a minha equipa não ganha
até lhe acerto o passo!