Não me obriguem
a emboscar
trinta tubarões
nos meus dentes,
prontos a dilacerar
ao primeiro sinal
de sangue
deixem-me ficar
deixem-me partir
deixem-me estar
entre o ir e o vir
entre o ter e o haver
o pensar e o sentir
não me obriguem a fingir
não me obriguem a morder
não me obriguem a deitar
em cama de cardos
trinta virgens a sufocar
em lençóis de amores falhados.