para nascer...

para nascer,
dilato, rebento, furo;

para comer,
mordo, corto,
retalho, dilacero,
faço desaparecer;

para amar,
abro, aperto,
prendo, penetro;

e nem após morrer
fico inofensivo
e quieto:

e daqui,
vem-me o saber
de que nem toda a violência
é inutilmente destrutiva -
também há a natural
e a essencial à vida.